tag:blogger.com,1999:blog-15470669113957421062024-03-05T09:46:31.442-08:00ELLEAvec le temps, va, tout s'en va. On oublie le visage et l'on oublie la voix. Le cœur, quand ça bat plus, c'est pas la peine d'aller...Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.comBlogger138125tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-3953728995161997052014-07-11T07:05:00.001-07:002014-07-11T07:05:38.531-07:00Dia após dia<div style="text-align: justify;">
Deixei partir uma das últimas pessoas que acreditou em amor verdadeiro.
Talvez porque eu não soube sentir a verdade, de verdade. A ausência se
sente quando há falta, mas não quando tudo é pleno. Foi Neruda quem
disse que está proibido a não sorrir aos problemas, a não lutar pelo que
quero, a abandonar tudo por medo e a não converter em realidade os meus
sonhos. Foi com medo da morte que me apeguei à vida e percebi que só
viverei esta vida uma única vez. Foi desse apego mortal à vida que
decidi que ela apenas possui dois caminhos. Ou ela caminha, dia após
dia, para o seu fim. Ou ela caminha, dia após dia, tornando-se plena.
Decidi então acordar todos os dias, de hoje em diante, e escolher ser
feliz. E assim viverei todos os meus lados e minhas múltiplas
personalidades. Opto por cultivar meu lado mais sombrio, a chorar minhas
angústias e a sentir meu luto. Opto por manter em mim toda a maldade
que possuo, porque só meu lado sombrio me permite conhecer o meu lado
claro e leve. Opto por sentir em mim toda a bondade que existe no mundo.
Decido acordar todos os dias e lutar pelos meus sonhos, até que eles se
tornem realidade. Opto por não cultivar expectativas, jamais, mas a
nunca perder a esperança. Opto por me apaixonar, quantas vezes forem
necessárias, para viver com frio na barriga e sentir uma trava na
garganta, ainda que eu venha a me apaixonar sempre pela mesma pessoa. </div>
Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-35305121053317381922012-03-21T08:18:00.000-07:002012-03-21T08:19:14.552-07:00Cedendo espaço...<div align="justify">Hoje vi um menino olhando atentamente o sol brilhar da sua janela. Seus olhos pareciam longe. O pensamento voava e nele repousava uma sensação de alívio, diante daquele maravilhoso dia que anunciou o fim da tempestade passada. O canto dos pássaros se tornou trilha daquela manhã. A rua ainda deserta era palco de mudanças e abria espaço para os transeuntes que aos poucos apareciam. Nada era em vão. Mas também não fazia sentido. A tempestade era o que unia as pessoas daquela cidadela. O sol raiou. E agora? Agora é preciso recomeçar falou o menino a dois senhores sentados à sarjeta. A noite chegou e todos, ainda na rua, pareciam perdidos. Na manhã seguinte, novamente o sol. E ele durou por ainda oito meses radiante e muito quente. Não bastou. Ainda que inconscientemente, todos aguardavam ansiosos por uma nova tempestade que pusesse fim àquela angustia da distância. E finalmente a tempestade chegou, fechando portas, trazendo poeira, arrebentado os lares, com a força mais pura da natureza. Só assim pode-se ter certeza de que os tempos de sol também poderiam ser proveitosos e que havia uma intensa contradição na vida de cada um daqueles que ja não mais habitavam o lugar dos pensamentos.</div><div align="justify"> </div><div align="right">Por BSB.</div><div align="right">18.03.2012</div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-43045259403600473652012-03-09T15:09:00.003-08:002012-03-09T15:21:18.832-08:00o que ficou entre o passado e o presente<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzWuZu8zXSPsMGsKPOZqxAakSu_UtNfAJjXmHtZNgwGDiHYYddpyCRhRxwm6i25hiqX4ZhyupH31Fjb9x0Mv7j1ENdyIl0izcuKBxNOm68WSIh09hA5QnQZN0aMQF-gVNbCKKtJJMO5uE/s1600/Lual.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; width: 300px; height: 320px; text-align: center; display: block; cursor: pointer;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5718038710129572098" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzWuZu8zXSPsMGsKPOZqxAakSu_UtNfAJjXmHtZNgwGDiHYYddpyCRhRxwm6i25hiqX4ZhyupH31Fjb9x0Mv7j1ENdyIl0izcuKBxNOm68WSIh09hA5QnQZN0aMQF-gVNbCKKtJJMO5uE/s320/Lual.jpg" /></a><br /><div align="center">O livro permaneceu intocado por alguns minutos</div><div align="center">e Elle percebeu-se acordada</div><div align="center">novamente de volta ao presente</div><div align="center">sabe-se lá aonde estava.</div><div align="center">Foi como se o próprio livro tivesse criado uma história a parte</div><div align="center">e sem querer, Elle havia voltado ao passado.</div><div align="center">Lembrou daquela época na qual viveu o mesmo presente.</div><div align="center">E eu lhe perguntei: mas você e esse passado, nunca foram tão próximos, não é?</div><div align="center">No olhar de abismo, d'um lugar que não era nem presente, nem passado..</div><div align="center">ela disse: na realidade, foram tantos não-ditos, murmúrios silenciados e olhares velados, que esse passado ficou suspenso,</div><div align="center">nunca acabado.</div><div align="center">E suspenso numa realidade, ele não se assentou</div><div align="center">E então ele pertence a dois mundos, ficou sem morada</div><div align="center">Assim que, por vezes, o presente é passado...</div><div align="center">e o passado é o presente que nunca se concretizou. </div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-22362306741046090022012-03-01T12:12:00.002-08:002012-03-01T12:15:23.017-08:00Labaredas<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpb73V33OUxEqsjXFdfYWIPu01ECfJ5u-XB6P8Zal2ELnIqPdFHCRL8A5lEllWCYlHsd2Cqw0lWFynqKj4EV40i1LjC-gQHUUZF1UqiYbcRre8l-1OdSIvJmUgWS_Jvs9D9jm1V8c7rwI/s1600/labaredas.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; width: 320px; height: 256px; text-align: center; display: block; cursor: pointer;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5715024442360804338" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpb73V33OUxEqsjXFdfYWIPu01ECfJ5u-XB6P8Zal2ELnIqPdFHCRL8A5lEllWCYlHsd2Cqw0lWFynqKj4EV40i1LjC-gQHUUZF1UqiYbcRre8l-1OdSIvJmUgWS_Jvs9D9jm1V8c7rwI/s320/labaredas.jpg" /></a><br /><div><br /><br />O sol do dia já havia cedido lugar à noite, mas a escuridão não conseguiu esconder o brilho daquela meia lua que cresceu no céu, iluminando todo o espaço no qual ela havia sentado. Ela, elle, tão comum que de fato lhe chamavam de aquela menina, mas ao mesmo tempo tão<br />única que poucos conseguiram penetrar por detrás do olhar incógnita que fascinava e causava certa inquietação. </div><div align="justify">Naquela noite, ela só queria ver o verde da mata que, à sua frente, queimou ardorosamente, até que seus próprios olhos viraram labaredas de fogo.<br />Foi aí que a lua feiticeira, repleta dos encantos d-ela, deixou-se cobrir pelo manto das pesadas nuvens negras. E o céu respondeu com fogo e água. Trovejou, relampejou. Mas ela nada via do dia claro que se formou em noite, tão cega das chamas daquela mata verde ao seu redor. Ela apenas sentia o início do frescor das gotas que delicadamente caiam do alto<br />e escorriam pelo seu corpo.</div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-53382869879980654702011-05-04T19:08:00.000-07:002011-05-04T19:11:05.413-07:00Em homenagem ao A. pela conversa de hoje.<br />Porque me permitiu, se não se importam, um link com o livro de P.<br />Nem a perfeição, nem tampouco a verdade existem.<br />Mas aí está o ponto legal (pelo menos eu me convenço disso).<br />Busco a perfeição, cada dia mais, mesmo sabendo que à ela não chegamos,<br />assim como a ciência busca a verdade, embora à ela apenas se aproxime.Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-48947418480963946802011-04-25T11:07:00.000-07:002011-04-25T11:07:43.471-07:00Deleuze: direitos humanos para quem?<iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/qG6lYuDN_1E?fs=1" frameborder="0" width="425" allowfullscreen=""></iframe>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-6239945439441857292011-04-22T15:17:00.000-07:002011-04-22T15:17:49.191-07:00Deleuze: a loucura e o gostar, que hace?<iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/OlnJL4Mv1vM?fs=1" frameborder="0" width="425" allowfullscreen=""></iframe>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-66012843525513531012011-04-18T18:11:00.001-07:002011-04-18T18:17:06.030-07:00Fome demais<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEY-BjYWNBXvMyIY4L8E-iHUfC3sNaL-n7bU4_9qIo_XxT7uuB1Av2tooiH0f7CeOSuNa35uUF8Hr6vFpUkIRnt554kqP8W3fhBN2-Jt_Dv55ObLy1vtpc4KpkUd9apBv15Mkly50IfCQ/s1600/relva.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 301px; DISPLAY: block; HEIGHT: 204px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5597097055403260018" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEY-BjYWNBXvMyIY4L8E-iHUfC3sNaL-n7bU4_9qIo_XxT7uuB1Av2tooiH0f7CeOSuNa35uUF8Hr6vFpUkIRnt554kqP8W3fhBN2-Jt_Dv55ObLy1vtpc4KpkUd9apBv15Mkly50IfCQ/s320/relva.jpg" /></a> <br /><div></div><br /><div>E anda com tanta fome... </div><br /><div>Fome de literatura, fome de poesia, fome de aventura e fome de melodia. </div><br /><div>E anda com fome de partir, fome de viajar, fome de sentir, fome demais para acordar. </div><br /><div>E anda com fome de se despir, de imaginar, de não controlar, de cair. </div><br /><div>Fome de cair caindo, de deixar o vento segurar, o coração palpitar, o medo superar. </div><br /><div>Fome dessa gravidade, que para sentir, não ter idade. </div><br /><div>Fome de não querer apertar o botão, só quando quase atingir o chão. </div><br /><div>E daí, fome de tocar a terra molhada, fome do sereno que cai durante a madrugada. </div><br /><div>Fome de deitar na relva, sob a luz do luar. Fome de sentir na pele, fome de aliviar. </div><br /><div>E essa fome de sonhar acordada, de olhar para o nada. </div><br /><div>Fome demais, até ficar breve...</div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-10395101648295409342011-04-17T19:40:00.000-07:002011-04-17T19:42:18.384-07:00<div align="justify">“- Sabe.. eu ainda tenho vontade de viver aquela história de novo.”. Ela me disse. </div><br /><div align="justify">. </div><br /><div align="justify">- E por que não? </div><br /><div align="justify">. </div><br /><div align="justify">“- Ah.. já ficou no passado. Acho que agora eu poderia viver ela de uma forma mais madura. Com toda a podridão, se eu pudesse voltar atrás, ou melhor.. começar de novo.. Porque acho que hoje eu viveria sem aquela cegueira da paixão e, ainda assim, sedentamente, com uma sede de paixão sem fim.”. </div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-11732073994557001422011-04-12T12:47:00.001-07:002011-04-12T12:48:37.246-07:00O funil(a)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih8eZeHmudRWhx310HTZLnUJJ96gizyJ2iWZ9gBJiHCui9CE4agltF_4eSeWhhcZxC07PTeyzcG6X_tdxUmrAKsMxLfLEqcD4qXxYiD1Ki1t2NWIySH_jYh-5K3erlhwez7QwG3Smt7_Q/s1600/funil.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 235px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5594786321152974466" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih8eZeHmudRWhx310HTZLnUJJ96gizyJ2iWZ9gBJiHCui9CE4agltF_4eSeWhhcZxC07PTeyzcG6X_tdxUmrAKsMxLfLEqcD4qXxYiD1Ki1t2NWIySH_jYh-5K3erlhwez7QwG3Smt7_Q/s320/funil.jpg" /></a> <br /><div align="justify">Uma conversa a três a respeito, nos desculpem o pleonasmo, do funil que afunila. Que afunila cada vez mais, ao ponto de um dia, talvez à contragosto, não passar nem uma gota d'água rubra com gosto. Azeda, azeda essa ideia que de, tão só, evapora a gota que pelo funil não desce. Se desvanece. Conversam a música, o aroma e o sabor. Conversam a solidão, a ausência e a vontade de potência. Conversam sobre isso que é e não é. Sobre um futuro que, de tão longe, é sentido ao lado. O futuro que mora ao lado. Conversam sobre o que pode ser e o que virá a acontecer. E daí tentam transformar tudo o que falam no não entendível, no não audível, na falta. Pois a melodia invadiu e tornou tudo um vácuo, em espaço branco que, de tão branco, não é relativo e não se sabe branco. </div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-9141136093218241072011-03-07T17:54:00.000-08:002011-03-07T18:06:26.870-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqUfZeUodTVujMGoO7XOF4GO5Kf5kjZkQMN7YEJkt-gTLcplXV8hP0c3k-WH5qNB05Wui2-e_mKOUcz8To_g6VLpxRJX_Zre2GdIByG4B10blfOnZV_oDQr7q-TQjtOnHXQh4Wz4HCGJg/s1600/fenix3.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5581524627734925410" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqUfZeUodTVujMGoO7XOF4GO5Kf5kjZkQMN7YEJkt-gTLcplXV8hP0c3k-WH5qNB05Wui2-e_mKOUcz8To_g6VLpxRJX_Zre2GdIByG4B10blfOnZV_oDQr7q-TQjtOnHXQh4Wz4HCGJg/s400/fenix3.jpg" /></a><br /><br /><div align="justify"><em><strong></strong></em></div><div align="justify"><em><strong></strong></em></div><div align="justify"><em><strong></strong></em></div><div align="justify"><em><strong>Não há coisa alguma que persista em todo o Universo. Tudo flui, e tudo só apresenta uma imagem passageira. O próprio tempo passa com um movimento contínuo, como um rio... O que foi antes já não é, o que não tinha sido é, e todo instante é uma coisa nova. Vês a noite, próxima do fim, caminhar para o dia, e à claridade do dia suceder a escuridão da noite... Não vês as estações do ano se sucederem, imatando as idades da nossa vida. Com efeito, a primavera, quando surge, é semelhante à criança nova... a planta nova, pouco vigorosa, rebenta em brotos e enche de esperança o agricultor. Tudo florece. O fértil campo resplandece com o colorido das flores, mas ainda falta vigor às folhas. Entra, então, a quadra mais forte e vigorosa, o verão: é a robusta mocidade, decunda e ardente. Chega, por sua vez, o outono: passou o fevor da mocidade, é a quadra da maturidade, o meio-termo entre o jovem e o velho; as têmporas esbranquecem. Vem, depois, o tristonho inverno: é o velho trôpego, cujos cabelos ou caíram como as folhas das árvores, ou, os que restaram, estão brancos como a neve dos caminhos. Também nossos corpos mudam sempre e sem descanso... E também a natureza não descansa e, renovada, entra outras formas nas formas das coisas. Nada morre no vasto mundo, mas tudo assume aspectos novos e variados... todos os seres têm sua origem noutros seres. Existe uma ave a que os fenícios dão o nome de fênix. Não se alimenta de grãos os ervas, mas das lágrimas do incenso e do suco da amônia. Quando completa cinco séculos de vida, constrói um ninho no alto de uma grande palmeira, feito de folhas de canela, do aromático nardo e da mirra avermelhada. Ali se acomoda e termina a vida entre perfumes. De suas cinzas, renasce um pequena fênix, que viverá outros cincos séculos... Asim, também é a natureza e tudo o que nela existe e persiste. </strong></em></div><div align="justify"><em><strong></strong></em></div><div align="right"><em><strong>(Ovídio - Metamorfoses, de que eu aprendi a gostar com Pandora).</strong></em></div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-91121158961442069422011-02-23T07:20:00.000-08:002011-02-23T07:32:32.670-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcsH_I06x1fVnM4of3H8mOPEHEj8EoGDv92OV542r3Bp6nsmOE5lMbmvTByXnYI9y5cP-chBvCSA7ZjgdDWNLr091tYvbSAeKgZXv3w5Lou2Cfvn-FEH2Cuhl9KzUiWoC2_tiM8soe3as/s1600/preto_e_branco.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 200px; DISPLAY: block; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5576908230618224626" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcsH_I06x1fVnM4of3H8mOPEHEj8EoGDv92OV542r3Bp6nsmOE5lMbmvTByXnYI9y5cP-chBvCSA7ZjgdDWNLr091tYvbSAeKgZXv3w5Lou2Cfvn-FEH2Cuhl9KzUiWoC2_tiM8soe3as/s400/preto_e_branco.jpg" /></a><br /><div>Princípio da identidade: elle é elle, elle mesma consigo mesma a mesma. </div><br /><div></div><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><br /><div>de volta ao blog.</div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-15005066004326992762011-01-07T12:49:00.000-08:002011-01-07T13:11:43.275-08:00O SIGNO DA VIOLÊNCIA - Diário Catarinense do dia 7 de janeiro 2011<div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong>Como de costume, li os jornais do dia entre um e outro gole de café preto da manhã. E então percebo novamente aquilo que me assusta dia sim, dia também: as manchetes sobre violência, que reclamam cada vez mais <span style="font-size:130%;">repressão</span>. </strong></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong>Ok, vá lá, todos queremos nos sentir seguros. Ocorre que se inverteu o sentido da terminologia segurança. </strong></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong>O editoral da página 10 diz: "A <span style="font-size:130%;">violência</span> vai para onde vai o dinheiro e para onde há <span style="font-size:130%;">menos repressão</span>".</strong></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong>Não seria mais correto dizer que a violência é a mesma face da moeda da <span style="font-size:130%;color:#ff0000;">desigualdade</span>? E aqui não me refiro tão somente a desigualdade econômica, mas também à desigualdade política, social, de gênero e similares. Quanto maior o grau de desigualdade material em uma sociedade - como a sociedade estratificada brasileira, na qual a igualdade formal, ou seja, perante a lei, não obsta a manutenção e o crescimento da desigualdade - maior o grau da violência, seja ela simbólica ou física. </strong></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong>Daí que, ao invés de voltarmos ao contratualismo inglês de Locke e, como fazem muito bem alguns: </strong></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong>a) dividirmos o cidadão do 'meliante'/'indivíduo (não sujeito)'/ 'marginal';</strong></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong>b) dividirmos os espaços público do privado, sendo que no público devem transitar somente os cidadãos-sujeito, com toda a segurança que mereçem, ao contrário dos indivíduos-marginais, que devem ficar restritos ao âmbito privado e sobre quem deve recair a força repressiva. </strong></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong>Como foi dito: em Jurerê, durante o ano novo, também tinha bastante 'malaco'. Realmente, uma surpresa, deveriam ter ficado em casa.. Surprese de ouvir tamanha besteira, como se a praia, espaço público, fosse propriedade privada do 'sujeito'. Que tal nos preocuparmos também com uma maior igualdade material? Com certeza a violência não seria tão alarmante. </strong></div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-71051165114459860632010-12-24T04:21:00.000-08:002010-12-24T04:25:39.929-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYUslTJ94V7K1pfTCHEpO6FhFZrJWdr6silBRQJPXWIMSTG-ekHLJn_brCdEJ_RlGKDr93c7JjuyErX37PyabVyl1TkexkcmVqs3uQV5gxnJ1cUUTSyDfE9vodB9eNg67GQkvvdFBJLMs/s1600/Bertolt-Brecht.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 346px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5554223824928244594" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYUslTJ94V7K1pfTCHEpO6FhFZrJWdr6silBRQJPXWIMSTG-ekHLJn_brCdEJ_RlGKDr93c7JjuyErX37PyabVyl1TkexkcmVqs3uQV5gxnJ1cUUTSyDfE9vodB9eNg67GQkvvdFBJLMs/s400/Bertolt-Brecht.JPG" /></a><br /><div align="center"><span style="font-size:130%;color:#006600;"><strong></strong></span></div><br /><div align="center"><span style="font-size:130%;color:#006600;"><strong>Hay hombres que luchan un dia y son buenos. </strong></span></div><br /><div align="center"><span style="font-size:130%;color:#006600;"><strong>Hay otros que luchan un año y son mejores. </strong></span></div><br /><div align="center"><span style="font-size:130%;color:#006600;"><strong>Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos. </strong></span></div><br /><div align="center"><span style="font-size:130%;color:#006600;"><strong>Pero hay los que luchan toda la vida: esos son los imprescindibles.</strong></span></div><br /><div align="center"></div><br /><div align="center"></div><br /><div align="right">(Bertolt Brecht)</div><br /><div align="right">E aí então, quotando Fernando Pessoa, </div><div align="right">em livro do desassossego,</div><div align="right">diria que estamos cansados de termos sonhado,</div><div align="right">pero nunca cansados de sonhar...</div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-68720022540810615412010-12-23T04:50:00.000-08:002010-12-23T04:57:43.104-08:00Seguimos deseando rosas!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwXN19LZoP47hzS54T41UtvRwHD72dSTl3C5jcQRbehzjK9v2gQvL9_k77bOWS7Fpr66YDJcXSkSRlolQUmz3-z1LzIUEofLbL7wqYbNSgazSx5JqbZLmdIG7BPF1Pvkz2ItjsMbN0Msw/s1600/Henrym.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 291px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5553861068357951410" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwXN19LZoP47hzS54T41UtvRwHD72dSTl3C5jcQRbehzjK9v2gQvL9_k77bOWS7Fpr66YDJcXSkSRlolQUmz3-z1LzIUEofLbL7wqYbNSgazSx5JqbZLmdIG7BPF1Pvkz2ItjsMbN0Msw/s400/Henrym.jpg" /></a><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">"Que yo sepa, nadie está usando los elementos del aire que dan dirección y movimiento a nuestras vidas . Sólo los asesinos parecen extraer de la vida, en grado satisfatório lo que le aportan. La época exige violencia, pero sólo estamos obteniendo explosiones abortivas. Las revoluciones quedan sesgadas en flor, o bien triunfan demasiado deprisa. La pasión se consume rápidamente. Los hombres recurren a las ideas <em>comme d'habitude</em>. No se propone nada que pueda durar más de veinticuatro horas. Estamos vivendo un millón de vidas en el espacio de una generación. Obtenemos más del estudio de la entomología, o de la vida en las profundidades marinas, o de la actividad celular..."</div><br /><div align="right">.</div><br /><div align="right">.</div><br /><div align="right">(Henry Miller, <em>Trópico de Câncer</em>)</div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-76086445708238803032010-12-21T13:32:00.000-08:002010-12-21T13:34:43.893-08:00<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuOEpXmM-CAmBLTbhCPQKsUYcxDm0zUkV1fNCJTUsx3tPYi9Nqznx_Zc9T1L-BXtXDpPXnGLJA3jCrVDE5H87Smbd4fmTzJhdGV8g91DPeR8OkEvLmUUUo7PZNkuIHzVqv7Oxzjpl_NGE/s1600/trilha.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 266px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5553251791052338146" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuOEpXmM-CAmBLTbhCPQKsUYcxDm0zUkV1fNCJTUsx3tPYi9Nqznx_Zc9T1L-BXtXDpPXnGLJA3jCrVDE5H87Smbd4fmTzJhdGV8g91DPeR8OkEvLmUUUo7PZNkuIHzVqv7Oxzjpl_NGE/s400/trilha.jpg" /></a><br /><br /><br /><br /> Passamos boa parte do tempo desejando uma oportunidade para fazer valer a concepção do bom e do justo que assumimos e continuamos a assumir no decorrer da nossa vida. Alguns atuam. Outros apenas passivamente esperam o dia chegar. E aí, quando temos a oportunidade de realmente decidir, cambaleamos. Afinal, parte de um ponto zero é sempre um risco. Podemos acertar, mas também, quando caminhamos, podemos tropeçar e cair. Enfim, podemos errar. Mais do que isso, nossa concepção do bom e justo pode ser (e provavelmente será) diferente para as outras pessoas. Então nossos acertos podem ser tidos como meros fracassos, um “deu errado”. Mas, se no íntimo mantivermos sempre essa vontade-projeto libertário, de fazer o bem, de emancipação, já partiremos, desde o princípio, do certo, do bom e do justo. </div><div align="justify"> E posso dizer que me orgulho de quem, dessa maneira, deixa o coração e o amor falar por si só, de quem mantem o coração puro, de quem não deixa que ele se corrompa. Além disso, de quem olha para frente, mesmo sabendo que existem milhares de pequenas pedras no trajeto, mesmo sabendo que a estrada de terra é cortada por muitos troncos caídos, mas também por límpidas aguas de riacho e uma boa sombra da copa das árvores sólidas que permitem um novo tomar fôlego quando se cansou. Seguir o caminho do coração é sempre seguir o caminho mais difícil e turbulento, mas também é o único caminho que permite ascender à verdadeira felicidade. </div><div align="justify"> Sempre existirá uma luz no final do túnel, um farol em meio à imensidão do oceano, um ombro amigo para quem chora, a luz das estrelas por dentre as folhagens das matas verdes de brado alto. Finalizo o post com um incentivo e com toda a minha força de ajuda para os puros do coração darem um passo de cada vez, mas seguirem em frente, sem temor, e continuem a acreditar em si.<br /><br /> Devo dizer que, por um (espero eu curto) espaço de tempo, e por motivos pessoais, me silenciarei para preservar minha intimidade e a daqueles a quem amo. Continuarei, obviamente, a falar pelas vozes de outros e outras, por seus escritos que falam por si só, que falam por mim. </div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-72978815682417530012010-12-16T16:18:00.000-08:002010-12-16T16:34:46.346-08:00L.ARTE: com saudades e carinho<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTY2lHOycFNk5nUtWJZNOqY7PrSCdcTUUe-vQxuLd4Eig3fQyHGz245u6G_MGeCKb-k9sKFDhy9hZoQ9XlLkJRly_ON9fuQ8QNnY15Sn-A4AMWXiubMY43cwj0WlCt0i-1t_UcDxGjIBI/s1600/DSC05689.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5551440794538469266" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTY2lHOycFNk5nUtWJZNOqY7PrSCdcTUUe-vQxuLd4Eig3fQyHGz245u6G_MGeCKb-k9sKFDhy9hZoQ9XlLkJRly_ON9fuQ8QNnY15Sn-A4AMWXiubMY43cwj0WlCt0i-1t_UcDxGjIBI/s400/DSC05689.JPG" /></a><br /><br /><br /><strong>Querido, você me dizer que eu te hizo entender que sabia el significado de saudades, pero que nunca lo habia sentido. Pero eu sinto. E como tem sido, ni espanõl, ni português. E repito lo que me foi dito, dentre los interditos, es increible las intuiciones que nos atraviesan, nos adivinamos y nos esperamos sin palabras como la Maga y Cortazar en Paris. Filho do mesmo pai, carrega consigo a mesma pequena medalha do peito, vencedor de demanda. Rezaste a los doce dioses del candomble que muevan los busios del destino. Agora eu rezo aos orixás para que te ajudem. Meu coração fala com amor. Paz, amor e esperança. </strong></div><strong></strong><br /><strong>Beso en su corazon, daquela que era chamada de Maga.<br /></strong><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj95tX5KU-BwI3UxdSuXbF0EbuKPJLDFZ7iRA3DVOdVcroAe4z_b_LDibNr1Fm44JWNr27v7oizPDIjRvGMU7O81aSv4z2eBxP3DWhee96yJ9USFEVHdVYAJJzEE12rUaeWzQb6sWPvTXY/s1600/DSC05640.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5551440419076523474" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj95tX5KU-BwI3UxdSuXbF0EbuKPJLDFZ7iRA3DVOdVcroAe4z_b_LDibNr1Fm44JWNr27v7oizPDIjRvGMU7O81aSv4z2eBxP3DWhee96yJ9USFEVHdVYAJJzEE12rUaeWzQb6sWPvTXY/s400/DSC05640.JPG" /></a><br /><br /><div></div></div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-36132456203855907602010-12-13T11:37:00.001-08:002010-12-13T12:01:01.470-08:00Um pé descalço<div><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis1gkly3P-wKO80NJLMLLSSwn4Rdrr2fMU3Zy7aJL3IyoEuhNCWYcaU1LebVmlN1coGNj9NoN2HvW4h-tcWZqnNECHQw2cDEW7o4BiExKaMAdWvOH2w7yEVpZGZ1japZTJMrEFphKVwQA/s1600/imagesCAKUUIJG.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 183px; DISPLAY: block; HEIGHT: 275px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5550253467783218882" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis1gkly3P-wKO80NJLMLLSSwn4Rdrr2fMU3Zy7aJL3IyoEuhNCWYcaU1LebVmlN1coGNj9NoN2HvW4h-tcWZqnNECHQw2cDEW7o4BiExKaMAdWvOH2w7yEVpZGZ1japZTJMrEFphKVwQA/s400/imagesCAKUUIJG.jpg" /></a> </div><br /><br /><div align="justify">Decidi passar a tarde chuvosa lendo Pablo Gentili ao invés de me deitar no sofá para ver o filme que meu pai me trouxe ontem e que me animava muito, principalmente depois das várias indicações das amigas. Algo no livro me chamava, gritava pela minha presença. E assim, sem qualquer dúvida, decidi trocar a gargalhada certa, mas muda, por lágrimas de desespero profundo e alegria de força. Pablo começa um artigo mágico ao descrever seu passeio com o filho ao supermercado e conta que, ao ver um dos sapatos do bebe quase cair, retirou-o. Mateo ficou sentado no carrinho com apenas um sapato, apenas um pé coberto. E assim, ao andar pela rua, em todos os momentos Pablo foi alertado de que seu filho havia perdido um sapatinho. O contentamento do cuidado cedeu lugar, em pouco tempo, a um sentimento de tristeza. Na cidade do Rio de Janeiro, assim como em Florianópolis, a miséria convive com o luxo e a ostentação. O pé descalço - apenas um pé descalço - de um menino de classe média é motivo para uma excessiva preocupação, ao passo em que as milhares de crianças de dois pés descalços são esquecidas.<br />.<br />.</div><div align="justify">"A possibilidade de reconhecer ou perceber acontecimentos é uma forma de definir os limites sempre arbitrários entre o 'normal' e o 'anormal', o aceito e o negado, o permitido e o proibido. É por isso que, enquanto é 'anormal' que um menino de classe média ande descalço, é absolutamente 'normal' que centenas de meninos de rua andem sem sapatos, perambulando pelas ruas de Copacabana pedindo esmolas.</div><div align="justify">.</div><div align="justify">A 'anormalidade' torna os acontecimentos visíveis, ao mesmo tempo em que a 'normalidade' costuma ter a capacidade de ocultá-los. O 'normal' se torna cotidiano. E a visibilidade do cotidiano se desvanece (insensível e indiferente) como produto de sua tendencial naturalização. </div><div align="justify">,</div><div align="justify">Em nossas sociedades fragmentadas, os efeitos da concentração de riquezas e a ampliação de misérias, diluem-se diante da percepção cotidiana, não somente como conseqüência da frivolidade discursiva dos meios de comunicação de massas (com sua inesgotável capacidade de banalizar o que é importante e sacralizar o que é trivial), mas também pela própria força adquirida por tudo aquilo que se torna cotidiano; ou seja, o 'normal'.</div><div align="justify">.</div><div align="justify">Para dizer sem muitos rodeios, o que pretendo afirmar é que, hoje, em nossas sociedades dualizadas, a exclusão é invisível aos nossos olhos. Certamente, a invisibilidade é a marca mais visível dos processos de exclusão neste milênio que começa. A exclusão e seus efeitos estão aí. São evidências cruéis e brutais mostradas nas esquinas, comentadas pelos jornais, exibidas nas telas. Entretanto, a exclusão parece ter perdido a capacidade de produzir espanto e indignação em boa parte da sociedade. Nos 'outros' e em 'nós mesmos'. </div><div align="justify">.</div><div align="justify">A seletividade do olhar cotidiano é implacável: <strong>dois pés descalços não são dois pés descalços</strong>. Um é um pé que perdeu o sapato. O outro é um pé que, simplesmente, não existe. Nunca existiu nem existirá. <strong>Um é um pé de uma criança</strong>. O outro é o pé de ninguém."</div><div align="justify">.</div><div align="right"> </div><div align="right">(Pablo Gentili e Chico Alencar)</div><div align="right">.</div><div align="justify">Dois pés descalços são o símbolo da ameaça que se manifesta no silêncio do que está oculto, do que é ignorado e, ao mesmo tempo, temido como efeito do desespero e da pobreza, midiaticamente posto em índice de marginalidade e criminalidade.<br /></div><br /><br /><div></div></div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-65978778120602784232010-12-10T03:30:00.000-08:002010-12-10T04:00:38.976-08:00BEIJÓDROMO NA UNB<div align="justify">Beijódromo faz parte de um memorial na UnB; inauguração contou com presença de Lula<br /></div><div align="justify">http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=8&idnot=36945 R7<br /><br />Um espaço de convivência, usado para descanso e para estudantes namorarem. Idealizado como o encontro perfeito entre sentimento e razão, o Memorial Darcy Ribeiro, construído na UnB (Universidade de Brasília), não poderia ter nome melhor: beijódromo. O lugar foi inaugurado nesta segunda-feira (6) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O prédio vai abrigar todo o acervo do antropólogo e educador Darcy Ribeiro, que também fundou a universidade. O pitoresco apelido foi dado para um dos anfiteatros do edifício, que é dedicado aos estudantes. O presidente da Fundação Darcy Ribeiro, Paulo Ribeiro, lembrou que o antropólogo tinha apenas 34 anos quando começou a projetar a UnB. Depois de pronta, ele e o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, teriam pedido à universidade uma área que abrigasse toda a sua obra - já naquela época era previsto o beijódromo. - Na companhia de Lelé, [ambos] sonharam e projetaram o beijódromo em cada detalhe. Darcy desejava que os alunos, depois das aulas, pudessem namorar e ver as estrelas. O prédio do beijódromo tem dois andares, em uma área total de 2.000 metros quadrados. Por fora, a construção lembra uma mistura de nave espacial e oca indígena. No interior, há um espelho d'água, salas de aula e uma biblioteca com mais de 30 mil exemplares que pertenciam ao antropólogo e à sua primeira esposa, Berta Gleizer Ribeiro. O presidente Lula, que pariticpou da inauguração, disse que Darcy foi um "pensador ousado e com coragem de ter ideias próprias sem pedir licença". - O beijódromo, com esse nome tão pitoresco [...] reflete também o lado humano de Darcy Ribeiro. E entre os arquitetos brasileiros, nenhum melhor do que Lelé, pela sua história ligada tanto a Darcy quando a UnB para dar a forma definitiva ao sonho do antropólogo que olhava para os índios imaginando que o Brasil do futuro poderia aprender com eles. A obra custou R$ 8,5 milhões sendo R$ 1,7 milhões financiados pela Fundação Darcy Ribeiro e os R$ 6,8 milhões restantes pelo governo federal. O complexo no qual os quase 29 mil alunos da universidade poderão "se pegar" deveria ter sido entregue no dia 26 de outubro, quando Darcy completaria 88 anos, mas atrasos adiaram a inauguração.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Recebido de Eduardo Rocha <a href="http://www.casawaratgoias.blogspot.com/">www.casawaratgoias.blogspot.com</a></div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-70844502133148217852010-12-09T06:10:00.000-08:002010-12-09T06:29:58.814-08:00EDUARDO GALEANO: el libro de los abrazos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR1FL2CzHkhgpzRNe-5x7528OxzWSrVttOs6acRcl_BX7dHwXoeRrZaMRp3Te1PCAbWugTNGoEG7cQGeFVKUTHX9t2Vzw-FH-EeOT5EjW-XtmsCqEv44b-VBmp6WlRBKNZ0mZlR3-BZHE/s1600/Galeano.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 355px; DISPLAY: block; HEIGHT: 350px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5548689545886158690" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR1FL2CzHkhgpzRNe-5x7528OxzWSrVttOs6acRcl_BX7dHwXoeRrZaMRp3Te1PCAbWugTNGoEG7cQGeFVKUTHX9t2Vzw-FH-EeOT5EjW-XtmsCqEv44b-VBmp6WlRBKNZ0mZlR3-BZHE/s400/Galeano.jpg" /></a><br /><div align="justify"></div><div align="center">.</div><br /><div align="justify"><strong><em>"Sí, sí, por lastimado y jodido que una esté, siempre puede uno encontrar contemporáneos en cualquier lugar del tiempo y compatriotas en cualquier lugar del mundo. Y cada vez que eso ocurre, y mientras eso dura, uno tiene la surte de sentir que es algo en la infinita soledad del universo: algo más que una ridícula mota de polvo, algo más que un fugaz momentito."</em></strong></div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-73169097587936587272010-12-07T18:24:00.001-08:002010-12-07T18:25:21.063-08:00DIREITOS HUMANOS EM DEBATE: SEMINÁRIO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqQSVg_YszyPUxwpjFQgQs26VJmbSt9xg_9mnsd_92Ktq6b2cudg7NDZTj5YFIJSzH2dbgMQO9cHiFN9fj_nEXuPdtTSAZRiGjvYVOBT7FWXTCGSFsaflmETJR5fo_MrCqE0IZiHduWhc/s1600/SEMINR%257E2.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 201px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5548131871982279602" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqQSVg_YszyPUxwpjFQgQs26VJmbSt9xg_9mnsd_92Ktq6b2cudg7NDZTj5YFIJSzH2dbgMQO9cHiFN9fj_nEXuPdtTSAZRiGjvYVOBT7FWXTCGSFsaflmETJR5fo_MrCqE0IZiHduWhc/s400/SEMINR%257E2.JPG" /></a><br /><div></div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-53585342551210641952010-12-07T08:16:00.000-08:002010-12-07T08:20:37.211-08:00FAZER-SE(R)<div align="center"><strong><em><span style="font-size:180%;">"[...] estamos num momento na vida...no qual o ser humano começa a admitir a ideia de que ele mesmo é um perpétuo processo, que não é um ser, mas um fazer-se, e que, como tudo o que se está fazendo, muda."</span></em></strong></div><div align="center"><strong><em><span style="font-size:180%;"></span></em></strong> </div><div align="center"><strong><em><span style="font-size:180%;">.</span></em></strong></div><div align="center"> </div><div align="right">(Édouard Glissant: <em>Introducción a una poética de lo diverso)</em></div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-90919344485529514142010-12-04T06:40:00.000-08:002010-12-04T06:40:45.077-08:00Pink Floyd- Wish You Were Here<iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/fnvZ40XANMw?fs=1" frameborder="0" width="425"></iframe>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-63275708434441013962010-12-03T06:01:00.000-08:002010-12-03T06:13:21.900-08:00A arte das musas: "o fetichismo na música" (Theodor W. Adorno)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwVESPzyD_CUuvxq3CeqX0tYxpEeem_Hdct71Zw23hQkRdvyVzTFwjRRyRr1_qVeRIxG1OYxV7D_ytTm8X1INOISFk4h2GKCl-7FlqyaOKRBHYenJRityHrsmdYqXaTZZMfW6_iYOySDQ/s1600/trash%252C_musica%252C_lixo_sonoro.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 347px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5546458868769428418" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwVESPzyD_CUuvxq3CeqX0tYxpEeem_Hdct71Zw23hQkRdvyVzTFwjRRyRr1_qVeRIxG1OYxV7D_ytTm8X1INOISFk4h2GKCl-7FlqyaOKRBHYenJRityHrsmdYqXaTZZMfW6_iYOySDQ/s400/trash%252C_musica%252C_lixo_sonoro.jpg" /></a><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">"[...] a música constitui, ao mesmo tempo, a manifestação imediata do instinto humano e a instância própria para o seu apaziguamento. Ela desperta a dança das deusas, ressoa da flauta de Pã, brotando ao mesmo tempo da lira de Orfeu, em torno na qual se congregam saciadas as diversas formas do instinto humano. Toda vez que a paz musical se apresenta perturbada por excitações bacânticas, pode-se falar em decadência do gosto. Entretanto, se desde o tempo da noética grega a função disciplinadora da música foi considerada um bem supremo e como tal se manteve, em nossos dias, certamente mais do que em qualquer outra época histórica, todos tendem a obedecer mais cegamente à moda musical, como aliás acontece igualmente em outros setores. Contudo, assim como não se pode qualificar de dionísica a consciência musical contemporânea das massas, da mesma forma pouco têm a ver com o gosto artístico em geral as mais recentes modificações desta consciência musical. O próprio conceito está ultrapassado. A arte responsável orienta-se por critérios que se aproximam muito do conhecimento: o lógico e o ilógico, o verdadeiro e o falto. [...']. Se perguntarmos a alguém se 'gosta' de uma música de sucesso lançada no mercado, não conseguiremos furtar-nos à suspeita de que o gostar e o não gostar já não correspondem ao estado real, ainda que a pessoa interrogada se exprima em termos de gostar e não gostar. [...] o critério de julgamento ''e o fato de a canção de sucesso ser conhecida de todos. [...] poder-se-ia perguntar: para quem a música de entretenimento serve ainda como entretenimento? Ao invés de entreter, parece que tal música contribui ainda mais apara o emudecimento dos homens, para a morte da linguagem como expressão, para a incapacidade de comunicação. A música de entretenimento preenche os vazios do silência que se instalam entre as pessoas deformadas pelo medo, pelo cansaço e pela docilidade de escravos sem exigência. [...] Se ninguém mais é capaz de falar realmente, é óbvio também que já ninguém é capaz de ouvir. [...]."</div><br /><div align="right"></div><br /><div align="right">(Theodor W. Adorno - <em>Ueber Fetischcharakter Fetischchrakter in der Musik und die Regression des Hoerens</em>, 1963).</div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1547066911395742106.post-83800254831254705042010-12-01T23:44:00.000-08:002010-12-02T05:59:44.578-08:00Ambiguidade<div align="justify">Elogio a tentativa de não <span id="SPELLING_ERROR_0" class="blsp-spelling-error">racionalização</span> e no fundo, bem no fundo, está escancarado: tenho pavor de perder o controle. Então penetro o ser de cores, de melodia, de novos ares e de poesia, de '<span id="SPELLING_ERROR_1" class="blsp-spelling-error">inspiros</span>' e '<span id="SPELLING_ERROR_2" class="blsp-spelling-error">expiros</span>', as vezes disfarçadamente sussurrados, mas talvez tudo numa pretensa tentativa obsessiva de disfarçar o que não posso dominar. Supor que toda a aparência de descontrole advém da tentativa desenfreada e neurótica de controle de tudo o que respiro. Me enclausuro. Me fecho nos silenciados do falar sem parar, nas contradições do que foi dito e do que se pensou, nos <span id="SPELLING_ERROR_3" class="blsp-spelling-error">atos</span> <span id="SPELLING_ERROR_4" class="blsp-spelling-error">falhos</span> percebidos logo após pronunciados. Assim é verdade o que dizia S.F., nenhum humano consegue guardar um segredo. Se os lábios se calam, ele se trai por inteiro, se denuncia por todos os poros. Mas odeio demonstrar vulnerabilidade. E aí me fecho. Me enclausuro em torres e subo em pedestal. Maldito medo. E essa é uma tentativa de admitir o medo para me livrar dele. </div>Ellehttp://www.blogger.com/profile/05390254520292207047noreply@blogger.com0