terça-feira, 12 de abril de 2011

O funil(a)


Uma conversa a três a respeito, nos desculpem o pleonasmo, do funil que afunila. Que afunila cada vez mais, ao ponto de um dia, talvez à contragosto, não passar nem uma gota d'água rubra com gosto. Azeda, azeda essa ideia que de, tão só, evapora a gota que pelo funil não desce. Se desvanece. Conversam a música, o aroma e o sabor. Conversam a solidão, a ausência e a vontade de potência. Conversam sobre isso que é e não é. Sobre um futuro que, de tão longe, é sentido ao lado. O futuro que mora ao lado. Conversam sobre o que pode ser e o que virá a acontecer. E daí tentam transformar tudo o que falam no não entendível, no não audível, na falta. Pois a melodia invadiu e tornou tudo um vácuo, em espaço branco que, de tão branco, não é relativo e não se sabe branco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário