sábado, 20 de novembro de 2010

Tomo I - Manifesto pelo amor: o antimanual de autoajuda




Tudo começou numa mesa de bar. Três mulheres ao som de Djavan. Por (L.), (B.) e (F.), um manifesto em vários tomos-novela, dedicado a todas as amigas que nos ligam durante a madrugada, manhã, tarde e noite. Obviamente que as inspirações não são transcendentais. Aqui, calhou de, em uma noite de belíssima lua cheia, ouvirmos a música “Se”, do Djavan. Já prestaram a devida atenção na letra? Vale a pena, irá se surpreender.. talvez eu leve a sério, mas você disfarça... Ao mesmo tempo em que ouvíamos essa música, o assunto que sempre termina em patifaria miúda, como diria (F.) se voltou ao recorrente questionamento que sempre se escuta:

- Sim, estou solteira.
.
- Você está sozinha? Ah, não se preocupe, logo irá encontrar alguém...
.
- Estou solteira... não sozinha...
.
- Então não entendi.. solteira, sozinha, tanto faz, são sinônimos mesmo, ué.

Ok, logo vai entender, vamos explicar, aos poucos. Esse é apenas o tomo I de um manifesto pelo amor. Não é um texto de autoajuda. Nem pudera. Quem está perdido não quer ajuda e só pode ajudar a se perder. Mas o que não queremos é beijar sapos esperando que virem príncipe encantados (leia-se: mergulhar em romances somente por certa carência, que, por esse motivo, estão fadados a morrer). In fact, não acreditamos em alma gêmea, “feitos um para o outro”, “não posso viver sem você”, ou então, como cantou Adriana Calcanhoto: “avião sem asa, fogueira sem brasa...sou eu, assim sem você”, ou, ainda, como diria Carla Bruni: “Je suis ton pile, tu es mes faces, toi mon nombril et moi ta glace – eu sou tua coroa e tu minha faze, tu és meu umbigo e eu teu gelo”. Sim, sem você eu vivo. Talvez sofro, mas vivo. E aí o sopro.

Antes de entrarmos nas subdivisões, por hora (hoje), gostaríamos apenas de dizer que as palavras “solteiro” e “sozinho” não são sinônimas. Primeiro porque ninguém nunca está sozinho, embora muitas vezes nos sentimos sós (então aprenda a roubar a vida. Já diria Lou Salomé: “ouse..ouse tudo!...acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda a roubá-la!). E de mais a mais, ser solteiro não é ruim. É um estar consigo mesmo, descobrir-se por inteiro, colocando-se sempre aberto ao amor, na loucura e na poesia.

... a continuar, muito brevemente... hoje, finalizamos como Lou Salomé.. (o assunto mudou quando a mesa se aumentou...).

Ouse, ouse...ouse tudo!
Não tenha necessidade de nada!
Não tente adequar sua vida a modelos,
nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.
Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.
Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la!
Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.
Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:
algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!
(Lou Andreas-Salomé)

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